A História da Subaru
Os mais atentos já devem ter visto no YouTube ou na vossa aplicação de podcast habitual que já lançamos mais um podcast, desta vez sobre a Subaru. Uma marca inspirada pelas estrelas e que tem na sua história uma das grandes estrelas dos ralis, Colin McRae.
O grupo Fuji Heavy Industries, onde a Subaru se insere, na verdade começou como uma empresa de aviões, que depois fez motas e após muitas fusões e divisões, criou a Subaru como uma empresa do grupo em 1954. Inspirado pela Plêiades, um grupo de estrelas da constelação Touro, Kenji Kita criou o nome Subaru que deu ao seu primeiro carro, o Subaru 1500. Só foram construídos 20 e foi o primeiro e único Subaru de motor à frente e tração traseira até ao BRZ em 2012.
Durante 30 anos, a Nissan deteve uma grande percentagem da Subaru (+/-20%), até que foi comprada pela Renault e a Subaru passou para o grupo GM, que também não durou muito a abandonar o barco e deixar aquilo para a Toyota e para o próprio grupo Fuji.
Uma curiosidade é que durante os tempos da GM, alguns SAAB eram basicamente Subaru com o símbolo sueco, mas da SAAB falamos numa próxima!
Voltando à Subaru, o primeiro carro de sucesso foi o Subaru 360, um micro-carro que ficou conhecido como o carocha do Japão. Mas aquele que marcou a Subaru como a marca que conhecemos hoje foi mesmo o Leone.
E aqui entra Portugal! É que este Subaru, também conhecido como Subaru 1400 ou 1600, de 1973 a 1975 foi construido em Portugal na Fábrica de Automóveis Portugueses Cacia/Aveiro que hoje é uma fábrica da Renault.
Na altura da ditadura algumas marcas eram montadas cá para evitar impostos altos de importação, então os carros vinham às peças e eram montados cá em Portugal.
Este carro destacava-se por trazer para os carros normais de estrada a tração às 4 rodas, o que o tornou um sucesso em alguns países da Europa do norte e de leste. O 1400 trouxe também uma das características que marcou alguns Subaru das décadas seguintes, as portas sem aro à volta do vidro, algo comum nos coupé, mas não muito normal nos carros de 4 portas.
Foi também um dos primeiros Subaru a usar o motor Boxer, que ainda hoje é uma das imagens de marca da Subaru.
O Leone, na sua segunda e terceira geração, marcou também o início da Subaru nos ralis. Depois disso veio o Legacy já preparado pela Prodrive, e depois, o mais famoso de todos: o Impreza!
Azul com jantes douradas! Inicialmente com publicidade ao tabaco 555 e depois com o logótipo da marca em seu lugar, esta decoração ficou famosa e fui usada até ao abandono dos ralis em 2008.
As versões de estrada WRX e STi faziam a delícia de qualquer adolescente dos anos 90 e fizeram do Impreza o carro de sonho de uma geração, especialmente a versão 22B, que por ser tão raro e bonito é hoje em dia considerado o unicórnio azul. Mas a história da Subaru nos ralis é tão grande que ficará para um próximo artigo!
Mas então o que é feito da Subaru agora?
Por cá a Subaru ainda tem representação em Portugal através da Entreposto em 3 concessionários, ainda que o seu site seja bastante vago no que toca a esta marca e ao que tudo indica apenas se podem fazer marcações para assistência.
Claramente o nosso país está completamente esquecido pela marca, pois no site da Subaru Europa há uma lista de 37 países e Portugal não é um deles.
Mas isto não quer dizer nada, pois a marca continua a construir os Impreza, os Legacy e mais uma catrefada de SUV, ainda que nenhum deles com o cariz desportivo do passado. Para terem uma noção da dimensão da Subaru, em 2017 foi a 21ª marca que mais vendeu, com mais de um milhão de vendas, acima de marcas como Opel e Citroën.
Realmente é uma pena vermos uma marca como esta a perder a sua identidade desportiva e a fazer carros enfadonhos, mas infelizmente é um sinal dos tempos – basta olharmos para a Mitsubishi, que transformou o Lancer e o Eclipse em… SUV, um insulto a tudo o que estes nomes representavam!
Resta-nos a esperança de que uma nova geração se apaixone por carros e as marcas lhes deem carros emocionantes.
Antes do 1400, bem mais fiável e menos problemático o 1300 ff1 participava em Angola em corridas e era praticamente imbatível na sua categoria.Só o mini Cooper S lhe fazia frente nos circuitos citadinos.Em muitas provas ganhava até na categoria 1600.Tive os dois.
Antes de mais muito obrigado pelo comentário 🙂 realmente não sabíamos da presença do FF-1 em corridas, talvez por não ter sido parte do programa oficial da Subaru. É sempre bom saber isso, pois muitas vezes não se dá o devido valor aos autênticos tanques de guerra que eram estes Subaru dos anos 70! A suspensão e refrigeração do motor eram bastante avançadas para a altura e por isso faz todo o sentido que prevalecessem nessas condições mais exigentes!
Cumprimentos e mais uma vez obrigado pela partilha dessa história! 🙂
Aproveito para corrigir, sim o Subaru ff1 fez parte do programa oficial para provas nomeadamente com o Subaru ff1 Sport, em vários países como Angola, USA, ou no Bangladesh. Ganhou várias provas a nível mundial, mais recentemente nos clássicos ganhou o rally de Monte Carlo e ainda há vários em competição.