Hoje vi História!
E não, não me esqueci de como se usa a língua portuguesa! Vi mesmo um pedaço fantástico da História dos ralis em Portugal. Com o Rally de Portugal aí à porta, parece coincidência ter visto uma das mais belas obras de arte que calcaram o asfalto e a terra deste nosso belo país.
Como já devem ter visto na foto, estive na presença do Ford RS200. E antes de mais tenho de admitir que tive vergonha de pedir para alapar o derrière nesta obra de arte porque tive receio de levar uma nega, e de eventualmente vir a sujar o banco! Podem chamar-me nomes feios que eu mereço!
Mas comecemos pelo início: ia eu muito descansado na estrada quando olho para o lado e vejo que no concessionário Ford aqui em Coimbra está um Ford Escort RS Cosworth vermelho em exposição. Olho melhor e vejo ao lado dele o Sierra RS Cosworth 4×4 com que o Rui Madeira e o Nuno Rodrigues da Silva foram campeões nacionais em 1993 e 1994. Imediatamente limpo a baba, saco do telemóvel e publico a foto no nosso Instagram.
Achei que o meu dia não podia ficar melhor a nível de Ford e já estava a fazer as manobras para sair do parque de estacionamento quando olho para o interior de uma parte do concessionário e vejo aquela traseira que faz inveja a uma Kardashian. Em boa verdade eu já tinha visto um RS200, mas era a versão de estrada, não um dos mais belos e trágicos pedaços de história automóvel. O famoso RS200 da Diabolique.
Este carro que agora tem matrícula portuguesa foi o carro com que Joaquim Santos teve o trágico acidente na Lagoa Azul em 1986, acho que não preciso de dizer muito sobre o triste dia 5 de março de 1986 e para ser sincero, nem me apetece: é algo belo demais para ser associado a um evento tão trágico. Dos dois carros que a Diabolique tinha na altura, os chassis #006 e #072, um deles está em Espanha na Teo Martín e o outro, que é este, está na coleção de Manuel Ferrão.
Eu sei que para o comum dos mortais isto pode parecer “mais um carro”, mas a verdade é que é uma obra imponente, não pelo tamanho ou pelos detalhes técnicos ou o que seja. Pelo contrário, é imponente porque só de estar ao lado dele dá para perceber o lado cru e puro daquela “besta”. Infelizmente sou novo demais para ter assistido a estes carros a correr no seu tempo e limito-me a ouvir as histórias que me contam e a ver os vídeos que encontro, mas ao ver este carro ao vivo consigo perceber na perfeição tudo aquilo que já li: bestas indomáveis que eram potentes demais para o seu tempo.
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