O novo Fisker Emotion, um carro com bigode!
Chegou o dia! O nosso site vai falar de carros elétricos. Num misto de boas e más notícias…
Primeiro as boas! Há um novo Fisker! Quem? Perguntam vocês! É muito normal que não se lembrem, mas há cerca de 10 anos a Fisker foi bastante falada por causa do seu híbrido Fisker Karma.
Agora preparem-se para o novo Fisker Emotion (mas quando é que estes trocadilhos com a letra E vão acabar?!)
Um novo super-carro elétrico com a promessa de 650km de autonomia (abaixo dos 800km prometidos), 0-100km/h em menos de 3 segundos e 780cv (575KW)! Mas as boas notícias não acabam aqui, a Fisker Inc. promete também carregamentos rápidos de 9 minutos que dão para 200km e garante que o carro suporta condução autónoma. Tudo isto com uma velocidade máxima de 260km/h e tração integral! Associado a um design que combina ideias da Tesla e da Aston Martin, isto parece um sucesso! Ah desculpem, não é nada da Tesla, são portas borboleta que podem ser controladas pelo telemóvel, uma inovação única da Fisker!
Agora vamos às más notícias. Para quem não se lembra, a Fisker Automotive foi uma empresa que começou em 2007 como um carroceiro de nova geração e em 2008 anunciou o seu Fisker Karma, um híbrido com a particularidade de ter propulsão elétrica, e o motor 2.0 ECOTEC da GM a servir apenas para carregar as baterias.
Tirando o percalço inicial do processo em tribunal da Tesla à Fisker por alegadamente ter roubado o design do seu Model S, até aqui tudo bem. O problema foi quando começaram a surgir os problemas com os atrasos nas entregas, as recolhas por causa das baterias e os carros a pegar fogo. Juntem a isto o alegado mau temperamento e alegado narcisismo do seu criador Henrik Fisker e dá para perceber porque é que a empresa faliu. A Fisker Automotive acabou por ser comprada pelo grupo Wanxiang Group, que foi quem fez as baterias defeituosas, e renomeou a empresa como Karma Automotive.
Mas Henrik Fisker não desistiu, e como ainda detinha o nome da marca Fisker, decidiu criar a Fisker Inc no final de 2016. A grande promessa era o novo Emotion que ia ter supercondensadores de grafeno, uma espécie de nova geração de baterias com vida ilimitada e capazes de ser carregadas em poucos segundos. O problema destas “baterias” são a sua densidade energética que Henrik Fisker garantiu em 2016 ter resolvido. Aparentemente não resolveu e o Emotion vem com baterias normais! A verdade é que este tipo de baterias pode mesmo ser o futuro, porque há Universidades a trabalhar nisso e que garantem ter resolvido o problema, mas daí à sua produção em grande escala ainda vai uma grande distância.
Curiosamente, o Elon Musk da Tesla ia fazer o seu Doutoramento nestes ultracondensadores, mas depois desistiu da ideia por causa da densidade energética.
@yes_andre I'm a big fan of ultracapacitors. Was going to do my PhD at Stanford on them. But we need a breakthrough in energy density…
— Elon Musk (@elonmusk) May 20, 2013
Como já devem ter reparado, as duas palavras chave deste artigo são “promessa” e “problema”, e daí estarem repetidas tantas vezes. São coisas a que a Fisker já nos habituou e portanto cada vez que sair uma notícia sobre o Emotion nós tentaremos ter um bocado de cuidado na interpretação. Falar é fácil…
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