A morte do V8?

Recentemente o Diretor de Design da Jaguar, Ian Callum, anunciou que os V8 estão em vias de extinção:

“Combustão interna, V8 à frente, potência pura, transmissão mecânica: acho que o Project 8 é o último da sua espécie.”

Para quem não sabe, o Project 8 é uma versão “de colecionador” do Jaguar XE que para além de chutar cerca de 600cv, é a berlina mais rápida do Nurburgring! Só vão ser feitas 300 unidades que vão começar a ser produzidas no início deste ano.
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E este é o primeiro problema! Hoje em dia, quem quer um carro a sério, para prazer de condução puro e sem “mariquices”, está limitado a estas versões todas XPTO que custam duas ou três vezes mais do que o carro normal. É certo que estamos a falar normalmente de carros com pneus, travões e suspensões preparadas para pista e que custam os olhos da cara, mas o que me custa é que nenhuma marca oferece uma versão despida e mais barata do seu carro. Claro que há exceções, como os pequenos desportivos (hot hatch), mas mesmo esses já começam a ficar caros demais para o público que efetivamente os quer comprar!
Voltemos ao nosso problema principal: o fim dos V8 como os conhecemos. Será este o futuro? Usando uma comparação que já usei quando falámos do futuro dos carros autónomos no vídeo da Grand Scénic, os cavalos não ficaram extintos porque começámos a usar carros, e o mesmo vai acontecer com o motor de combustão interna. Não é por mudarmos para os elétricos que os motores a gasolina vão acabar, mas eu não quero ver estes motores a tornarem-se num hobby para ricaços, em que quem quer um carro com motor de combustão interna ligado às rodas por mecânica pura vai ter que pagar os olhos da cara e só vai poder usá-lo num recinto fechado.
Em boa verdade, os V8 nunca foram um motor da classe média a não ser nos Estados Unidos, mas sempre foram o motor que nos fazia babar pelos ouvidos cada vez que o ouvíamos! O V8 da Ferrari faz um ateu clamar por Deus! E entristece-me saber que o motor de combustão interna com barulho puro vai passar a ser uma raridade confinada às garagens de meia dúzia de puristas.
O próprio diretor de desenvolvimento de veículos da Mercedes-AMG disse este ano que “é óbvio que não vamos fazer o mundo feliz com V8s nos próximos 200 anos e eu não podia discordar mais, o mundo fica mais feliz com os V8!

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